QUESTÃO DE PRECONCEITO
"Reflexões obtidas a partir da analise visual e superficial do resultado do primeiro turno das eleições gerais de 2022 no Brasil. Observando os resultados por lugar geográfico, Estados e regiões do país e também as seções em outras nações pelo mundo. É nítida a divisão do país em dois brasis distintos. O de Lula e o de Bolsonaro. Os candidatos mais votados."
Um Brasil, o Brasil de Lula é periférico e sertanejo, Tupi-guarani, caboclo, mestiço, negro, indígena, caiçara, caipira, nordestino, maioria pobres. E o outro Brasil é branco, europeu, caucasiano colonizador, católico e protestante, rico e conservador.
É óbvio que o primeiro tem muito mais votos que o segundo. Então, o que ocorre?
- Agora,
Falar de preconceito, de certa forma é também confessar-se preconceituoso, isso, quando se sabe imperfeito.
É comum senso que as pessoas fora do padrão social, sejam consideradas, como de fato são, indoceis como convidadas. E de fato o preconceito é isso. Então, assim também é o preconceituoso. Mas, se em grupos, essas pessoas acham-se normais e não se notam ou se consideram preconceituosas.
Mas, vejamos, o significado conceitual de preconceito, é senão a junção de ‘pre’ , preposição latina’, com o significado de “o que antecede, ou o que vem antes” e o substantivo “proprio” latino, ‘conceito’, de comceptus, “o que signica”, “o que é”, “ser”, “um modo de ser”. Podemos entender então que, preconceito significaria aquilo que esta antes do conceito, ou seja, antes do “ser”, do ‘existir’, ou seja, de se ter uma opinião, um significado daquilo que não se conhece.
Bem, Para a elite brasileira, o Lula era e ainda é um analfabeto, lembram como o chamavam na época das greves do ABC (o sapo barbudo) e ate hoje falam. Naquela época o Lula tinha preconceito com e em “ser rico”, hoje não o tem mais. Ou seja, todo pobre tem preconceito contra rico. E se fica rico, perde o preconceito. Pessoal, estou falando de uma riqueza de caracter mais dogmática e civilizatória, digamos de se perceber as nuance por trás dos conceitos. O preconceito é apenas a condição de ainda não se ser, “ainda não existir”. Seria um caso sociológico de preconceito. O que determina uma elite não é mais a capacidade de manter SEUS preconceitos, O STATUS QUO, e sim , o que determina uma elite na pós-modernidade, é a capacidade de não ter, ou de ter menos preconceitos.
Então, segundo uma concepção de classes, a grande maioria da população seria preconceituosa. Sim porque os pobres adoram imitar os abastados, mesmo os mais bestiais, como assim, sempre pensou nossa “sábia” elite. Ainda desde Cabral, lá no trato dos negócios da coroa com as Índias ocidentais, ladões seriam os ‘brasileiros’, que teimavam lá , em vender seus paus brasil por quinquilharias para os franceses e por isso eram enquadrados pela coroa como traficantes. Mas, que segundo as Índias (mulher de brasileiro), a preferência era só porque os franceses eram mais perfumados que os barbudos e avarentos portugueses.
Afinal, de onde teria surgido o preconceito, senão da nossa própria ignorância, principiando pela própria história forjada na mentira e no engodo. O ser humano não nasceu perfeito. Embora queiramos que nos respeitem escondendo nossas imperfeições. na verdade, penso eu, o preconceito é o “mal do mundo”, é a ausência do ser, e no entanto, todos nós nos reconhecemos preconceituosos. Ou seja, reconhecemos que o mal vive em nós.
O que na verdade o preconceito em realidade é, é a miséria, a pobreza, e a doença, estes estados são estados de não existência e no entanto concordamos que eles existam. Como somos todos preconceituosos. O primeiro turno das eleições conseguiu segregar o país e o que promete o segundo?
A matriz desse texto está comigo já algum tempo, não sei se é minha, Esse adendo estou fazendo por conta das reflexões sobre de onde "queremos ir" com esses tipo de Democracia.
O segundo turno das eleições promete segregar ainda mais o país.
V.J.O.
